terça-feira, 1 de junho de 2010

POE 752.312

Viagem

Onde estaria no dia imediatamente
Anterior ao amanhã?
Sei das confusas presenças,
E as revelações chegam
Por estes amigos invisíveis,
Os pela última vez amigos,
Mãos que a dimensão ignora,
Em que a ponte é um cordão de prata
E o universo sempre paralelo.

Não abriram a porta do quarto,
E o signo da luz lunar
Não obliterou em nada, o Sol
Teve a mesma intensidade
Que se antevê, prenúncio e profecia,
já lendários nos mitológicos contos
De priscas eras,
Os amigos não trouxeram mãos.

Onde esta no últimoinstante
E não os vi partir.
Porquanto tempo será tudo assim,
O lábio a espera,
A mão aberta,
O passo suspenso,
Um bailado de borboletas e bruxas
Claras, numa noite de lunas,
Quase como o arrepiar das costas,
Um pressentimento apenas:
A questão olvidada de
Se ainda poderei aspirar
O que foi num tempo
O destino dos homens.

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