quinta-feira, 27 de maio de 2010

POE 890.511

Porque me fazes cantar
Quando penso teu canto
E fazes sorrir diante das coisas banais que não veria,
E enternecer na entrelinha
Comovido e amigo;
Porque tenho esta vontade
De correr no campo e ser relva, folha
Pássaro e nuvem;
Porque penso nos velhos
E sofro as dores do mundo como nunca,
E acima do pranto
Encontro o renascimento e o ser.
Por tudo isto,
E por sofrer muito mais pelo que podes
E não deixas...
Por esta lástima,
Esta angústia que rasga
E faz sentir a impotência;
Por querer ser ponte
Pela qual encontres teu destino
E possa ver-te seguir, seguindo;
Por saber que um dia serás
E querer repartir este universo como o Sol
Renascido em cada reflexo;
Por saber que tem de ser assim
Cada hora e minuto
Na reconstrução da vida,
Até que não precises mais e pela ausência
Tenha de viver, outra vez,
Entre as dunas e as palmas,
Pela estrela solitária e farol dos imortais,
Marco infinito que olharei nos céus,
Apontando a missão;
Por tudo isto que sei
Trazes mais que me levas,
Descubro, como lei universal,
Atraindo mundos, homens e mulheres
Que amo...

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