domingo, 30 de maio de 2010

POE 900.103-3

Manhã de azul completamente céu,
em que o destino do homem
É claro raio de Sol
Ou noite.

Hora semelhante àquela sobre as areias
Em que afronta sua hora o homem
Sobre as ardentes dunas
Dos desertos.

É sempre dia claro após as borrascas
E as mais intensas tempestades
Das fúrias despertadas
Na vida.

Manhã, hora e claro dia sempre
Quando antecede o momento fatal
Do derradeiro embate
A escolha.

E seremos cada um a seu modo
Trevas ou luz, amor ou ódio,
Luminosas esperanças vivas
Ou pranto.

E estarei a teu lado e dos homens,
Velhos, crianças, desamparadas e tristes
Apenas porque posso ir ou ficar
E decido.

Encontrando na escolha a resposta
Serei amanhã, raio de Sol ou estrela
E conduzindo um deserto
Encontro.

Serás como árvore de frutos doces
Á sombra da qual descansam as armas
E se recuperam os ideais
E as forças.

Serás como a flor que há no campo
Em meio aos destroços e anunciando
que sempre haverá amanhã
E vida.

Serás como a desdentada criança, rindo
O inocente riso das inocências
Mostrando aos sobreviventes
O amor.

Serás como o velho alquebrado e à morte
Ressequido e frágil, solitário e triste
que mostra aos jovens e fortes
A passagem.

Serás a razão da ponte no leve passo
Justificando o forte pilar que sustenta
A decisão de ser
E o rumo.

E saberás por este momento intenso
Que somente uma vez nos encontramos
Depois seremos senhores e pilares
Para os passos.

Da humanidade que segue eternamente
Pois mesmo à hora derradeira segue
Outro momento, outra transformação
Sempre.

Serás também um momento decisivo
Mas pela própria e clara manhã
Do alvorecer do que terá de vir
Em teu ser.

Serás deserto ou praia, estrela ou campo
Alegria ou dor ou tudo isto
E o que mais te encontre
Em vida.

Serás a glória eterna do renascimento
Da consciência e da vontade
E crendo dirás em meio à vida
“Eu sou”.

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