sábado, 29 de maio de 2010

POE 902.601-2

Manhã,
em que mais fantasmagórica
a alegoria das ausências
preenche as coisas...
Sinto tua falta de um modo estranho
quase irreal,
nos limites do humano.
Preenches e ao mesmo tempo
é como se não estivesses
e, no entanto, real
quase posso tocar e beijar teu riso...
Manhã que avança
enquanto os deveres,
ou os hábitos,
ou um não saber bem o quê
empurram para trás as ausências e saudades.
Manhã
em que tudo poderia ser por tua causa,
absorvendo em mim,
temores, resíduos e escombros
da imensidade que és
e de alguma forma custa a chegar...
Ouço canto de pássaros e vendo o sol altear
escuto tua voz como se estivesses
e compreendo tua eternidade.

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