domingo, 30 de maio de 2010

POE 900.103-2

Clara manhã de Sol
As multidões sonolentas ganham as ruas
Enfrentando-se, coloridas e confusas,
Que é um enfrentamento contínuo
Contra o não ver, não sentir,
Adiar-se e não ser
Dos homens que passam.
Dirás que é um jogo de palavras
E direi que é um jogo de palavras
E direi que é um jogo de vida e morte,
De damas e cavalheiros
Num longo xadrez postal.
               
Dirás que és igual e por querer
Diferes destas multidões que seguem
Direção nenhuma.
Apenas multidões coloridas e sonolentas,
De panos e plástico,
Bocejantes,
Adormecendo os televisores.

Dirás que és igual e lutarei à morte
Para que um dia hajam mais
Destes que passam
Com a tua igualdade.
Sendo o que és igualas e superas
A mim que sou o menor dos irmãos
E descobrindo a simplicidade que tens
Descubro a complexidade que são
As multidões que passam,
E ouvindo música,
Pintando ou te ouvindo
Preparo mais uma rodada de cartas
De antemão marcadas,
Jogo de sem fim que se joga
E podem ser apenas sensações de nós,
Apenas em nós...

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